Mês: maio 2019
Choques reais: o caso da saúde
Dados!!
Dica do Leo Monasterio.
“Helicóptero jogando dinheiro seria mais eficiente que o Estado”
Ricardo Paes de Barros está longe de ser um “liberal”, certo?
Poderia ser melhor para a sociedade extinguir várias políticas e transferir o dinheiro diretamente às pessoas? Olha…
Não selecione os fatos só porque você quer avançar sua agenda política
Um ótimo exemplo de como esta prática distorce não apenas a pesquisa, mas também o debate público está aqui.
Eis algo que nunca imaginei ver…
Julian Simon diria: sou otimista!
Lembra dele? É o antigo Failed State Index (que eu, Ari e Pedro analisamos aqui).
Sua foto, sua opção sexual
Entrevista interessante no Estadão de hoje mas que está mais detalhada nesta outra do The Guardian. A matéria do Estadão vem com seis meses de atraso, como se vê, mas o mais engraçado é pensar no porquê da alta cúpula russa estar atenta a um estudo de big data com reconhecimento facial que pode dizer algo sobre alguém ser ou não gay.
Isabel Allende e a Venezuela dos anos 70
When the famed Chilean author, Isabel Allende, had to leave her native country in the wake of the military coup against leftist president Salvador Allende in 1973, she and her family fled to the safety and stability of Venezuela, then a beacon among the tumult of Latin America. In a recent interview, Ms. Allende recounted,
“I went to Venezuela, because Venezuela was one of the very few democratic countries left in Latin America where you could go. … The country has all the resources. At the time when I went there in the ‘70s it was one of the richest countries in the world because of the oil boom. The problem, at that time, everything looked very abundant and there was a lot of corruption, but there was enough corruption for everybody.”
The contrast between Venezuela of the 1960s and 1970s – when it had a per capita GDP six times higher than Spain and was the first country in the world to be declared malaria-free – and today is a sober reminder that stability can be ephemeral.
Direto do último relatório do Fragile States Index (o novo nome do antigo Failed States Index).
Economia dos Esportes e “Big Data”
Agora pense nos calendários dos campeonatos estaduais e nacionais que temos…
Como é viver num país socialista?
Segurança pública e setor privado: o caso de Porto Alegre
A criação da tecnologia nem sempre é usual…
“Instituições não importam”
Petropopulismo e a Venezuela…
Coexistências possíveis?
Abstract
Our study investigates the emergence of redistribution societies when individuals vote on distribution rules with their feet. The choice of a distribution rule is a strategic decision since individuals differ in the productivity of their investments and hence total income depends on the types of individuals who have chosen the same distribution rule. In our laboratory experiment, we find that, compared to full information, the amount of redistribution increases if individuals face uncertainty about their productivity at the time they choose a distribution rule. Moreover, we find a coexistence of libertarian and redistributive societies as well as imperfect segregation for all degrees of uncertainty, so that heterogeneous redistribution societies turn out to be sustainable throughout.
Parece que sim.
Submeta seu artigo na hora certa
Cultura, Terrorismo, Empreendedorismo e Economia: breves observações
“Cultura” já foi – e segue sendo, para muita gente – o sinônimo de uma conveniente desculpa para se justificar todos os males da humanidade, ou pelo menos de parte dela. Perdeu o emprego? Culpa da cultura portuguesa. Perdeu o bonde da história? Culpa da cultura judaico-cristã. Tá sem dinheiro? Culpa dos mercados. E assim por diante.
Para começo de conversa, qualquer um que pense um pouco no tema perceberá que a cultura não é um bloco de palavras congelado no tempo. A cultura do jovem brasileiro dos anos 2000 não é a mesma do jovem brasileiro de 1700, por exemplo.
Não é que não exista relevância para a “cultura” nas hipóteses que buscam explicar o desenvolvimento (ou as barreiras ao desenvolvimento) das sociedades humanas. Há sim. Aliás, a própria “cultura” (que propositalmente não foi definida aqui…) se confunde com traços genéticos, oriundos de grupos ancestrais em sua luta pela sobrevivência tanto quanto com os cuidados de uma mãe que pretende que sua filha cresça com valores de sua mesma religião.
Algumas definições de cultura, aliás, estão neste ótimo texto da Virginia Postrel.
Here are a couple of useful definitions of culture:
- “a way of life of a group of people—the behaviors, beliefs, values, and symbols that they accept, generally without thinking about them, and that are passed along by communication and imitation from one generation to the next.”
- “the cumulative deposit of knowledge, experience, beliefs, values, attitudes, meanings, hierarchies, religion, notions of time, roles, spatial relations, concepts of the universe, and material objects and possessions acquired by a group of people in the course of generations through individual and group striving.”
Culture includes the topics newspapers put in their “culture” sections—arts and entertainment—and the rest of the newspaper as well. It encompasses how we think and behave. It determines who we trust or fear or censure. Culture shapes who we want to be and who believe we are. It is too important to be treated as an afterthought.
Desnecessário dizer que os desdobramentos disso são importantes. Por exemplo, nem todo terrorista é fruto de uma cultura islâmica. Há traços importantes que definem um terrorista, mas nada muito simplista como o que ouve por aí. Basta verificar os dados, por exemplo, para os EUA: boa parte dos terroristas são oriundos de uma “direita” radical (*).
Outro exemplo é o empreendedorismo. Sobel e co-autores (citados aqui) destacam a importância da liberdade econômica – um alegado fator “cultural” para muitos – para o empreendedorismo. Por sua vez, Galor e co-autores falam de um processo em que traços pró-empreendedorismo seriam fruto da complexa evolução humana. Finalmente, há quem encontre evidências da exposição à testosterona no período pré-natal na formação de traços empreendedores.
Neste último caso, aliás, percebe-se que as pesquisas avançam para uma direção em que a “cultura” já não pode mais ser tratada de uma única forma, seja em debates rasos ou em seminários de pesquisa. Para economistas, em particular, passou o tempo em que, justificadamente, recusava-se o simplismo de se usar a cultura como culpada por tudo (ao invés dos incentivos, como mostra, maravilhosamente, Zanella e co-autor neste artigo de história econômica comparada). Já podemos identificar a cultura – ou traços culturais – como incentivos em vários estudos mas o leitor deste blog já sabe disso…
(*) Radical mesmo. Não é como no Brasil em que alguém que leia Roger Scruton é rotulado de direita radical, o que, aliás, diz muito sobre o problema que muitos têm com o conceito de tolerância (aliás, sobre isso, ver este artigo e, claro, o que o motivou).
Economia do Futebol: o Pantera experimenta novo arranjo organizacional
Quem me acompanha há mais tempo sabe que me tornei mais e mais interessado na área de Sports Economics e, claro, passei a ler um pouco mais sobre clubes de futebol. Vez por outra, em meio às notícias esportivas, encontro curiosidades interessantes como esta (talvez só para assinantes hoje).
Em resumo, o Botafogo de Ribeirão Preto se reinventou como um clube-empresa. Certamente é um caso a ser estudado. Quem sabe não veremos artigos científicos sobre o tema algum dia destes? Mais sobre o tema aqui e aqui.
Bom domingo!
Startups e antitruste
Monografia de graduação e minhas inspirações
Gasto público eficiente?
Quem não se lembra do excelente livro organizado por Marcos Mendes? Pois o tema segue em alta nas discussões de muita gente boa.
Confiança, mercados, etc
Veja só a conclusão desta revisão da literatura sobre confiança (trust):
(…) social and political trust are critical social achievements for sustaining a diverse social order, but social trust is more important than political trust. Second, liberal democratic market-institutions play a modest role in sustaining social trust, and a large role in sustaining political trust. We can conclude, then, that liberal-democratic market societies are part of a positive causal feedback loop that sustain trusting social orders with diverse persons who disagree.
Outro ponto ótimo para se refletir:
Some argue that political trust is declining in many North American and Western European nations due to rising inequality and various widely observed events and governmental failures, such as Watergate or other corruption scandals. Others argue that as people grow richer and more educated they become more discerning observers of political events, and come to have higher expectations of democracy. “At the same time that people have become less trustful of government,” Russell Dalton of the University of California at Irvine has written, “other opinion surveys show continued and widespread attachment to democracy and its ideals, which may have strengthened in recent decades.”
Pense nisso, por exemplo, em nível municipal. Cidades que possuem diferentes indicadores de confiança social (social trust) e de confiança na política (political trust) poderiam também ser cidades com diferentes graus de emporiofobia.
Mais ainda: como as cidades não foram fundadas na mesma data, cada uma delas se encontra, ceteris paribus, em momentos diferentes de suas histórias. Cidades muito novas podem ter baixo grau de rent-seeking, por exemplo. Contudo, seu potencial pró-mercado pode sofrer com a ação de grupos de interesse olsonianos ao longo do tempo.
Sim, como quase todos os fenômenos sociais, também os níveis de confiança e outras variáveis compartilham de uma endogenia (se é que posso dizer dessa forma…) que dificulta bastante os estudos na área.
Nada que não mereça um pouco mais de leitura e reflexão, claro.
Os três princípios básicos do capitalismo pró-mercado
Excelente resumo do Mungowitz. Não vai demorar para alguns o plagiarem…