Uncategorized

Viva o FMI! Fora bancos! (ou vice-versa)

Todo mundo vê na TV aquele bando de gente gritando: “fora fmi! abaixo banqueiros!”

E quando um economista do FMI escreve um artigo onde cita evidências de que os bancos na América Latina são economicamente ineficientes? Ahá! Ok, a opinião não necessariamente representa a da instituição (o que, qualquer bobo sabe, evita problemas maiores com censores autoritários).

Aí vai o abstract:

Intermediation spreads in Latin America are high by international standards. This paper examines the determinants of bank interest margins in that region using bank- and countrylevel data from 85 countries, including 14 Latin American economies. The results suggest that Latin America has higher interest rates, less efficient banks, and larger reserve requirements than other regions and that these factors have a significant impact on spreads. However, Latin American countries do not differ markedly from their peers in other aspects that are found important in determining the cost of financial intermediation, such as inflation and bank profit taxation.

Gostou? Vai lá ler…

Claudio

Continue lendo “Viva o FMI! Fora bancos! (ou vice-versa)”

Humor

Terrorista condenado à vida (no more virgins, pal!)

Is Indonesia Really That Bad?
“Muslim Terrorist Sentenced to Life in Indonesia”–headline, Jerusalem Post, Feb. 27

Direto do Opinion Journal.

E você achava que o governo indonésio era radical… 🙂

Claudio

Continue lendo “Terrorista condenado à vida (no more virgins, pal!)”

Uncategorized

Maldição…*

O leitor Andrei, do blog and know for something completely different (ótimo título, a proposito), mandou um link. O post trata de uma pesquisa que mostrou que os compradores do e-bay consideram o preço do produto e não incluem os custos de transporte.
Eu gosto desse tipo de pesquisa, mas acho que temos que ter um baita cuidado na interpretação e não sair dizendo que a teoria econômica foi refutada. Existem furos, eu concordo, mas você acertará mais se utilizar o homo economicus do que qualquer outra construção teórica. No caso, também devemos levar em conta que talvez os compradores do ebay sejam menos espertos que a média. Vejam o detalhe do experimento:
Morgan and co-author Tanjim Hossain, an assistant professor at Hong Kong University of Science and Technology, held 80 auctions of new music CDs and Xbox video games to test how consumers respond to different price schemes. In the eBay study, they varied the opening bid price and shipping charges on identical CDs, ranging from Britney Spears to Nirvana, and video games, including Halo and NBA 2K2.

CD da Britney Spears? Video Games? Xbox? Ora bolas, esses não são produtos de gente muito esperta. É mais provável que o comprador tenha sido um adolescente com o cartão do pai. Se fossem diamantes, o resultado não seria o mesmo. Além disso, talvez os ganhadores do leilão já sejam aqueles menos espertos que sofreram a “maldição do vencedor”. Ou seja, pagaram mais do que o produto valia.

Leo

*Explicação sobre o título do post: o blog que o Andrei sugeriu é bom demais. Mais um para diminuir a minha produtividade…

Continue lendo “Maldição…*”

Uncategorized

Coisas boas da vida…

…receber um e-mail do meu primeiro monitor de Fundamentos de Economia ( na verdade, ele foi o primeiro monitor que tive). Dante Reis me conta novidades entusiasmadas do doutorado sanduíche em Toulouse. Como sempre, não dei a ele a supervisão que eu gostaria (e também não tivemos todo o tempo que gostaríamos para bater os papos sobre cinema espanhol, que ele tanto gosta). Fracassei em não conseguir levá-lo para a Economia, mas tenho certeza que esta indo muito bem na Geografia.
Ganhei um bom presente para uma Terça-Feira Gorda.

Leo.

Continue lendo “Coisas boas da vida…”

Uncategorized

Richard Dawkins conta piada de loira burra?

Segundo esta notícia, a evolução explicaria nossas preferências (nossas, dos homens, digo) por mulheres loiras. Em resumo:

De acuerdo con sus trabajos de investigación, hay razones evolutivas para afirmarlo. El pelo rubio y los ojos azules aparecieron a fines de la edad de hielo como reacción a la escasez de alimentos y, sobre todo, de hombres, según la teoría del grupo formado por científicos de las universidades de St. Andrews, en Escocia, y de Lancashire Central, en el noroeste de Inglaterra.

Agora vem a parte interessante:

Según el diario británico The Times, la tesis es apoyada también por otra investigación sobre los genes noreuropeos realizada por científicos de tres universidades japonesas.

Estos llegaron a la conclusión de que la mutación genética que llevó al surgimiento del cabello rubio en el norte de Europa se produjo hace alrededor de 11.000 años.

Aunque puede ser que las rubias auténticas se sientan halagadas por estos estudios genéticos, que serán publicados en la próxima edición de la revista científica Evolution and Human Behavior (Evolución y comportamiento humano), para las morenas también hay consuelo: según informó el diario The Times, un estudio de la Organización Mundial de la Salud señala que en el futuro ya no habrá más rubias naturales debido a que el conjunto de genes disponibles para ello es cada vez más reducido: la estimación calcula que las rubias desaparecerán en unos 200 años.

Ou seja, em breve, as tinturas de cabelo para transformar as mulheres em loiraças deverão ter um aumento de preço…

Claudio

Continue lendo “Richard Dawkins conta piada de loira burra?”

Uncategorized

Intuição e o Pit Bull

Eu não tenho intuição. Sempre que achei que tinha, me dei mal. Só consigo decidir direito se tiver tempo para pensar. Talvez por isso, eu achei muito ruim o livro Blink, a decisão em um piscar de olhos. A idéia central é que a decisão rápida é melhor do que a longa reflexão. Ao que parece existe alguma evidência, em certas situações, que isso é verdadeiro. O problema é saber que “certas situações” são essas.
Via Marginal Revolution, descubro que o autor, Malcom Gladwell, escreveu no NYT que, como existem mais regitros de mordidas de não-cachorros do que por pit-bulls, devemos temer mais o dono do cão do que o au-au. Ora, pitombas ,isso está muito errado. Se existem mais pessoas do que pit-bulls, a conclusão é oposta. (Ele deverá estar certo se o sobrenome do dono for Gracie).
Pois é, você não precisa saber econometria high-tech para identificar as bobagens. Basta um tanto de bom senso.

Leo

Continue lendo “Intuição e o Pit Bull”

Uncategorized

Sobre o blog e outras

Moçada, lembro que, por algum motivo bizarro, nem sempre o pesado e lento Internet Explorer abre os links fixos aí ao lado (coluna da direita deste blog). Talvez seja porque o IE é de esquerda, socialista. Talvez seja porque ele é ruim mesmo. Ok, piadas à parte, eu recomendo, sempre, o Firefox, mais leve e prático.

Mas o motivo disto era dizer que os links fixos ao lado têm aumentado no silêncio das noites, numa conspiração para te informar com mais qualidade. O último link fixo é o Instituto Millenium.

Aliás, eis uma proposta interessante de Pedro Sette Câmara para acabar com as pichações, lá no blog do Instituto: legalizá-las.

Funciona? Embora o autor se mostre bem raivoso com as pichações (não diria que me sinto diferente neste caso), a proposta tem um tom irônico que, pelos desdobramentos surrealistas (surrealistas na civilização, não aqui, na selva), talvez até funcione. Quer rir um pouco? Vai lá ler, vai.

Claudio
p.s. O blog do IM ainda tem: Paulo Guedes, Carlos Alberto Sardenberg e Rodrigo Constantino, dentre outros. Promete…

Continue lendo “Sobre o blog e outras”

Academia

Fuga de cérebros, circa 1945

hpe.jpg

Hans Brems, lamentavelmente falecido há alguns anos, escreveu o belo “Pioneering Economic Theory, 1630-1980”, do qual tomo de empréstimo o mapa acima. Brems, poeticamente, escrevia que a musa da economia, ao longo da história do pensamento econômico, esteve em diversos lugares no mundo.

O que eu acho mais interessante é que, nos EUA, ninguém reclamou de “teorias exóticas” ou “estrangeiras” ocupando o lugar das “teorias locais” na explicação do sistema econômico.

Deu no que deu: no século XX, grande parte dos prêmios Nobel em economia foram para economistas dos EUA.

A moral da história é muito simples: somente em ambientes pré-acadêmicos combate-se a importação de economistas não-locais (algo que poderíamos chamar de “proteção local contra os bárbaros”).

Eis uma lei de Gustibus para vocês: discursos xenófobos na academia são inversamente proporcionais ao número de contribuições inovadoras de seus membros.

Claudio
p.s. Finalmente consegui fazer uma lei de Gustibus! Acabei com o monopólio do Leo 🙂

Continue lendo “Fuga de cérebros, circa 1945”

Humor

O mensalão do Allende

Você conhece Vasili Mitrokhin? Provavelmente não. Talvez seu professor de Relações Econômicas Internacionais Contemporâneas já tenha ouvido falar, mas uma busca no Google em português dá a impressão que a censura chinesa é aqui.

De qualquer forma, na Primeira Leitura deste mês, você pode ler o artigo do boliviano Hugo Estenssoro sobre o refugiado soviético que mostrou ao mundo que, para desespero da Esquerda (anaeróbica ou não), o ouro de Moscou realmente existiu e foi o mensalão de muita gente, inclusive na América Latina. Por exemplo, Allende, o diplomata brasileiro de codinome IZOT (será que ele se entrega um dia?), Isabelita Perón, dentre outros, foram alegres recebedores do salário soviético.

Um trecho interessante (para quem não gosta de argentinos 🙂 ):

Ora, o peronismo era um nacionalismo de origem fascista, às vezes combatido pela esquerda a mundial, mas, entre antiimperialistas, não se guardam rancores. Prova da tolerância fraternal das esquerdas é que, quando o peronismo caiu, em 1976, a pátria do antiimperialismo inicialmente não condenou a ditadura do general Videla, chegando a vetar nas Nações Unidas a proposta imperialista dos EUA de condenar as violações dos direitos humanos na Argentina. A ditadura militar foi igualmente fidalga: em 1980 a União Soviética comprou 80% das exportações argentinas de grãos.

Haja vontade comer pão argentino! Não é à toa que as regressões de teste de hipóteses de comércio internacional dão tanta polêmica! Afinal, se a ex-URSS usava estes critérios em suas trocas econômicas, ou eles eram malucos (é fato, dada a lógica econômica socialista) ou tentavam sabotar as regressões de econometristas futuros, já que econometria era (e é, em uma certa faculdade que conheço) vista como “instrumento de dominação burguesa”.

Quer saber mais sobre o ouro de Moscou? Leia o livro de Christopher Andrew e Vasili Mitrokhin.

Claudio

Continue lendo “O mensalão do Allende”

Uncategorized

Por que a Esquerda deveria se afastar de Cháves?

1. CHÁVEZ FAZ GUERRA, NÃO AMOR.
2. CHÁVEZ É UM GRANDE PRIVATIZADOR.
3. CHÁVEZ NÃO PÁRA DE FAZER NEGÓCIOS COM OS AMERICANOS.
4. CHÁVEZ QUER SE TORNAR UM BANCO MUNDIAL.
5. CHÁVEZ POLUI O MEIO-AMBIENTE.
6. CHÁVEZ ADOTA O ESTILO PINOCHET DE LIBERDADE DE IMPRENSA.
7. CHÁVEZ AUMENTOU A POBREZA.
8. CHÁVEZ PEDE PELA DOMINAÇÃO ESTRANGEIRA.
9. CHÁVEZ ENVIA PARA O EXTERIOR O DINHEIRO QUE PRECISA PARA O PRÓPRIO PAÍS.

Não acredita? Leia em inglês aqui ou em espanhol, aqui.

Chávez sediou o último Fórum Social Mundial.

Claudio

Continue lendo “Por que a Esquerda deveria se afastar de Cháves?”

Uncategorized

Adivinhe quem está em Yale?

Never has an article made me blink with astonishment as much as when I read in yesterday’s New York Times magazine that Sayed Rahmatullah Hashemi, former ambassador-at-large for the Taliban, is now studying at Yale on a U.S. student visa. This is taking the obsession that U.S. universities have with promoting diversity a bit too far.

Something is very wrong at our elite universities. Last week Larry Summers resigned as president of Harvard when it became clear he would lose a no-confidence vote held by politically correct faculty members furious at his efforts to allow ROTC on campus, his opposition to a drive to have Harvard divest itself of corporate investments in Israel, and his efforts to make professors work harder. Now Yale is giving a first-class education to an erstwhile high official in one of the most evil regimes of the latter half of the 20th century–the government that harbored the terrorists who attacked America on Sept. 11, 2001.

“In some ways,” Mr. Rahmatullah told the New York Times. “I’m the luckiest person in the world. I could have ended up in Guantanamo Bay. Instead I ended up at Yale.” One of the courses he has taken is called Terrorism-Past, Present and Future.

Clique no trecho para ler mais.

Claudio

Continue lendo “Adivinhe quem está em Yale?”

Desenvolvimento econômico

Peter Bauer

Olha leitor, agora é sério. Se nosso país fosse realmente um feudo do neoliberalismo burguês-globalizante-excludente, então você deveria ter ouvido falar de Peter Bauer.

Diga-me com sinceridade: (i) você já havia ouvido falar dele antes de sua morte? (ii) em alguma ementa de “desenvolvimento econômico” que você viu na universidade, havia um texto de Peter Bauer?

No meu caso, a resposta é negativa para ambos os itens e isso me diz muito sobre a suposta dominação do pensamento pela direita, segundo aquela desastrada matéria de um certo jornal de São Paulo. De qualquer forma, Peter Bauer foi lido por gente como Amartya Sen e aqui está uma boa coletânea para se conhecer mais sobre ele.

Claudio

Continue lendo “Peter Bauer”

Academia

Tolstoi e a Economia

Esta é para o enriquecimento cultural:

…did you know that Leibenstein attributed his choice of the term ‘X’ for X-efficiency to Tolstoy’s reference in War and Peace: ‘Two armies may be identical in every observable respect – manpower, armaments, cavalry, provisions – yet one army, in possession of an intangible ‘X-factor,’ will soundly defeat the other …’ (Part XIV, II)? In case you like to dig deeper, go on and read Harvey Leibenstein as a Pioneer of Our Time (The Economic Journal). Here (AER) is Leibenstein’s original 1966 article.

Direto do Mahalanobis.

Claudio

Continue lendo “Tolstoi e a Economia”

Uncategorized

Economia Política Constitucional e Religião

Clique no trecho para ler tudo.

Buchanan, the founder of the public choice school of economics, has written that the American Constitution ingeniously represents interests in such a way as to minimize the chance that government action will harm one group of citizens at the expense of another. The result may not be the libertarian dream of a pure “night-watchman state,” but, says Buchanan, at least it tends to promote public action only in areas of widespread agreement, leaving the rest for individuals and private groups to pursue. As the 19th century statesman John C. Calhoun put it, constitutional government in a varied society forces “the different interests, portions, or orders … to desist from attempting to adopt any measure calculated to promote the prosperity of one, or more, by sacrificing that of others; and thus to force them all to unite in such measures only as would promote the prosperity of all, as the only means to prevent the suspension of the action of the government-and, thereby, to avoid anarchy, the greatest of all evils.”

Claudio

Continue lendo “Economia Política Constitucional e Religião”