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Os 47 Ronin

O mais famoso filme de samurais por aqui é o de Akira Kurosawa, o famoso “Os Sete Samurais” que, inclusive, teve influência em Hollywwod, provando que este papo de imperialismo cultural é mais gogó do que verdade.

Mas existe um outro filme, refilmado muitas vezes, chamado “Os 47 Ronin” (Ronin é o termo para samurai sem senhor, sem chefe). Assisti a um de 1933 e outro de 1941 (dirigido por Mizoguchi). Ambos ótimos, embora o de 1933 ainda seja mudo.

Um momento muito bonito do filme é quando Lord Asano lê seu poema fúnebre, logo antes de se suicidar por ordem do Shogun. Direto da Wikipedia que funciona (a que não está em língua portuguesa, claro):

「風さそふ花よりもなほ我はまた春の名残をいかにとやせん」

“kaze sasofu / hana yori mo naho / ware wa mata / haru no nagori o / ika ni toyasen.”

“More than the cherry blossoms, Inviting a wind to blow them away, I am wondering what to do, With the remaining springtime.”

O poema praticamente clama por vingança. A história é mais ou menos assim, Asano é sucessivamente humilhado por Kira, um outro nobre, mas de caráter bem duvidoso. Como qualquer pessoa honesta, Asano não resiste a tantas provocações e, num ato surpreendente, tenta matar Kira. Não consegue, mas pede um julgamento.

A política, entretanto, está do lado de Kira e, enquanto Asano deve se matar, Kira sai ileso do episódio, exceto por uma cicatriz de espada deixada pela tentativa de assassinato.

A história do filme se inicia neste momento. Quarenta e sete samurais ficam, subitamente, sem seu senhor. O que fazer? Resistir ao Shogun – que decreta a apropriação do castelo de Asano – ou abandonar seus deveres para com o falecido Asano? A escolha é por um pacto no qual eles passam a levar suas vidas de forma desonrosa, afim de despistar os espiões de Kira, que teme por tentativas de vingança.

Após um certo tempo, portanto, os samurais se reúnem e, finalmente, matam Kira. Claro que, para cumprir suas obrigações, cometem seppuku (harakiri), terminando o filme e fechando a sangria de desonra iniciada pelas humilhações de Kira a Asano. Não é algo que uma pessoa pouco acostumada com a cultura japonesa vá entender de primeira, mas, convenhamos, um filme de 1933 japonês, recuperado e disponibilizado ao público (ou o de 1941, idem)…não dá para não assistir, certo?

(*) Em japonês o nome do filme é “Chuushingura”, que não se traduz como “47 Ronin”, mas como algo aproximado: “Os leais samurais” ou “a lealdade dos vassalos” (em inglês: “League of Loyal Retainers”, segundo um dicionário que tenho em mãos).

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Eleições

Eu me dei conta de que amanhã é dia de eleição. Até agora, só tenho como certo o deputado federal. Ah sim, também sei que não votarei nos candidatos da coligação TV Globo-partido do sr. da Silva.

Quanto ao resto, não vejo nada que me represente minimamente. Será difícil decidir.

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Nada como a honestidade

O autor do texto abaixo certamente será achincalhado pela diplomacia brasileira. Afinal, se o sucesso do presidente da Silva se deve a uma história (acho que é razoável alguém com mais de um neurônio ativo e saudável pensar que sim, não?), ele deve muito às administrações anteriores, principalmente à de Cardoso.

In Brazil, the economic success of the Lula years was laid by the reforms of its predecessor, Fernando Henrique Cardoso, a sociologist that adopted Hirschman’s possibilism, and became Minister of Finance and later President of Brazil, just before Lula. In the end, one of the greatest success of Lula has been to pursue the incremental changes pursued by Cardoso and abandoned the far-left policies that he had once advocated. He helped Brazil’s transition towards embracing capitalism, the irony being that this impressive transformation had been led by a leader that once denounced “neoliberalism”. Lula surprised financial markets and investors in 2002 by tackling decisively inflation, reducing debt levels and paying back bondholders while at the same time metamorphosing its country from an IMF debtor into an IMF creditor. Lula became the first president of Brazil to pay all its debt to the IMF and started lending to the same institution more than $14 billion.

O resto do texto não é muito inovador, mas vale a leitura. Curioso mesmo é como os históricos militantes do partido do sr. da Silva acham natural dizer que são “éticos e coerentes” ao mesmo tempo que beijavam sua amante “moratória e fim do sistema econômico mundial” e tinham um caso com seu amante, o “sistema econômico do qual fazemos parte”. O erotismo da coisa deve estar em deixar de ser devedor para ser credor.

É, a esquerda precisa ler mais Freud.

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Silêncio

Então ocorreu lá no Equador uma revolta contra um presidente que simpatiza com ditadores. Ok, simpatia não é motivo para trocar tiros, eu entendo (embora muitos leitores possam me dizer que uma “operação valquíria” não dói…). Mas é incrível como o espectro político é rico em matizes.

Do lado da esquerda, Chavez se segurou para não pedir o envio de tropas (se bem que sempre aparecem evidências de que ele envia tropas em malas de dinheiro para vizinhos…). Kirchner, enquanto tentava sufocar o orçamento do incômodo poder Judiciário argentino, clamava por democracia. No Brasil, os habituais “altivos-esquerdistas-que-ficam-no-muro” ficaram caladinhos, torcendo para que Correa matasse o máximo de opositores possível nesta maluquice.

Já a temível “direita neoliberal”, sempre acusada de causar febre, dor de cabeça e diarréia, ficou calada, se não saiu em protesto contra a tentativa de bagunçar o jogo democrático.

É, realmente a operação condor, hoje, estã nas mãos dos autoritários de esquerda.

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Revolta dos brasileiros (muito pertinente)

Reproduzo integralmente:

Perguntas sobre o Supremo Tribunal Fecal
Agora que sabemos quanto um dos petistas do STF cobram por sentença há algumas perguntas importantes:
1)Os tucanos cobram mais ou menos que os petistas?
2)Os petistas como socialistas detestam preços flexíveis e preferem controlar preços, sendo assim eles obedecem uma tabela de preços e todos os juízes petistas cobram o mesmo preço?
3)Qual é a comissão dos familiares? Poucos selvagens sabem, mas não existe juiz de porta de cadeia nesse país de merda que não tenha filhos, sobrinhos, genros ou noras que não sejam adEvogados e não se beneficiem da posição deles.