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Mais polêmica

Laurini continua. Eu, Juliano, Laurini e, claro, os demais participantes da conversa, falamos um bocado de matemática em economia. Agora, Laurini tem uma boa pergunta:

… aproveitando o debate, vou levantar um tema paralelo, e neste caso não é uma crítica somente as abordagens heterodoxas, mas também em grande parte em todo o ensino de economia no Brasil. Os pontos são – a) quais problemas são relevantes em economia, e b) devem ser estudados em uma graduação.

Paralelo? Acho o tema quase uma extensão do nosso debate. Tem um homeomorfismo (o que você faria se descobrisse que seu filho é homeomorfo?) ou isomorfismo quase perfeito. Bem, vamos aos itens:

a) Quais os problemas relevantes em economia?

Acho que não mudamos muitod desde Gudin e seu currículo inicial dos anos 50. Mas eu diria que os problemas relevantes são: falhas de governo e falhas de mercado, nesta ordem. Já passou a hora do brasileiro entender que vive em uma economia fortemente dominada pelo governo e povoada de políticos que continuam a entender o mundo como uma imensa falha de mercado. Inseguros, querem que o governo lhes dê tudo. Então, eu creio que temos de nos aprofundar nos determinantes das falhas. Acho que, em resumo, seria isto.

Note que estou em um nível bem genérico ainda. Mas apenas começamos.

b) Quais problemas devem ser estudados em uma graduação?

A pergunta do Laurini, na verdade, é como o sujeito deveria estar economia. Após ler o post dele, é difícil fugir desta conclusão. Na verdade, a pergunta (b) é isto. Eu acho que o currículo do Laurini é bom. Mas vale um detalhamento. O que ele disse?

Um aluno em média poderá fazer por exemplo 5 cursos de econometria (dois cursos básicos obrigatórios mais eletivas de econometria de finanças, microeconometria e macroeconometria), dois cursos de programação e pesquisa operacional, mais 4 cursos obrigatórios e até mais 6 cursos eletivos na área de finanças, além de toda a formação obrigatória e eletiva em macro e microeconomias.

Os cinco cursos de econometria estão ok. Os quatro obrigatórios deveriam ser em macroeconomia e microeconomia (tirando, claro os dois de micro/macroeconometria). Creio que deveria haver, contudo, dois cursos de história econômica posteriores aos de econometria, quando o aluno já tem maturidade para entender que história não é doutrinação e/ou coleção de fatos. Como já há lá uns seis de finanças, imagino que a história do sistema financeiro já teria sido esboçada em seus itens recentes o que abriria espaço para um estudo da história pré-capitalista, do ponto de vista da dinâmica institucional. Se o segundo curso de  história fosse específico para o Brasil, poderia o aluno entender melhor o porquê de viver nesta selva atual.

Seria uma boa grade? Bem, este é o novo debate. ^_^

p.s. o resumo sobre matemática e economia está aqui, aqui e aqui.

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